E aí, brother! São 4:20. Tá na hora de?? Fumar um!!! Relaxar e curtir a brisa… Fica de boa, a marijuana não faz mal… Larga de ser careta a maconha não é droga… Nunca vou viciar em maconha…

Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte…. (provérbios 14:12)

Geralmente são argumentos como esses que induzem e incentivam o consumo da maconha. Será mesmo que maconha é droga? O consumo realmente causa dependência? Ela é uma ponte para outras drogas? Bem, essas e outras perguntas eu posso responder com propriedade, pois fui escravo dessa droga por 15 anos e fui um grande incentivador, estimulando de maneira contundente o consumo da erva e de outras drogas. Hoje sigo o caminho oposto, conscientizando através de palestras sobre os perigos escondidos de forma sutil.

A melhor forma de lutar contra um inimigo é estudar a estratégia que é usada por ele. Hoje, além de palestrante, sou um pesquisador que reúne informações sobre drogas, com o objetivo de prevenir e remediar essa doença devastadora.

Sendo assim, vamos conhecer um pouco sobre essa droga com o objetivo de informar sobre as terríveis consequências muitas vezes mascaradas com a alegria e a descontração.

Popularmente conhecida como maconha, a planta de origem asiática tem como princípio ativo o THC – tetrahidrocanabiol, que age na área de sinapse dos neurônios, ativando os neuro receptores que liberam a dopamina, substância responsável pela sensação de prazer.

Como a maconha age no organismo

A dopamina provoca sensações de prazer. À medida que o uso vai se prolongando, o organismo do usuário tenta se ajustar a esse hábito. O cérebro se adapta ao seu próprio metabolismo para absorver os efeitos da droga. Cria-se, assim, uma tolerância ao tóxico. Desse modo, uma dose que normalmente faria um estrago enorme torna-se, em pouco tempo, inócua. O usuário procura a mesma sensação das doses anteriores e não acha.

Efeitos no organismo

Os efeitos são os mais diversos possíveis. A seguir, estão listados alguns efeitos e males pelo uso da maconha. A curto prazo, os efeitos comportamentais típicos são:

  • Período Inicial da euforia (sensação de bem-estar e felicidade, seguido de relaxamento e sonolência). Quando em grupo, ocorrem risos espontâneos (risos e gritos imoderados como reação a um estimulo verbal qualquer);
  • Perda da definição de tempo e espaço: o tempo passa mais lentamente (um minuto pode parecer uma hora ou mais) e as distâncias são calculadas muito maiores do que realmente são (um túnel de 10 m de comprimento, pôr exemplo pode parecer ter 50 ou 100 metros);
  • Coordenação motora diminuída: perda do equilíbrio e estabilidade postular;
  • Alteração da memória recente;
  • Falha nas funções intelectuais e cognitivas;
  • Maior fluxo de ideias. Pensamento mais rápido que a capacidade de falar, dificultando a comunicação oral, a concentração, o aprendizado e o desenvolvimento intelectual;
  • Ideias confusas;
  • Aumento da frequência cardíaca (taquicardia);
  • Hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos);
  • Aumento do apetite (especialmente por doces) com secura na boca e garganta

Doses mais altas podem levar a:
Alucinações, ilusões e paranoias, pensamentos confusos e desorganizados, despersonalização, ansiedade e angustia que podem levar ao pânico, sensação de extremidades pesadas, medo da morte, incapacidade para o ato sexual (até impotência).

A longo prazo, a extensão dos danos, bem caracterizados, se restringem ao sistema pulmonar e cardiovascular, provocando: maior risco de desenvolver câncer de pulmão, diminuição das defesas, facilitando infecções, dor de garganta e tosse crônica, aumenta riscos de isquemia cardíaca, percepção do batimento cardíaco.

Observação:
A mulher que amamenta passa as toxinas da droga para a criança através do leite materno.

A ponte para outras drogas
Se já não bastassem todas essas consequências, temos uma estatística ainda pior: segundo uma pesquisa realizada no Departamento de Investigação sobre Narcóticos (DENARC), de cada 10 dependentes químicos de crack ou cocaína, 9 deles iniciaram com maconha. Alguns dos motivos para esses dados preocupantes, que observei durante minha triste passagem pelas drogas, foram que, em primeiro lugar, o relaxamento excessivo causado pela dopamina exige do corpo uma substância que estimule, no caso a adrenalina, liberada pela cocaína e crak. Por estratégia maligna, se encontra geralmente no mesmo lugar.

Um outro fator é o cultural. A droga se consome em grupos que se identificam entre si, com alguns costumes e hábitos e, assim, é repassado de forma ilusória e inconsequente o incentivo ao consumo de outras drogas que trazem consequências ainda piores.

É possível dizer que a maconha não faz mal. É um vício, considerado por muitos como doença. Quem está vendo de fora pouco sabe sobre ela. Quem já viveu uma experiência com maconha tem outra visão. Por melhor que seja o prazer causado pela inalação de um cigarro feito de maconha, ele com certeza não trará bons resultados no futuro.

Então é correr atrás do prejuízo, tentar se livrar do vício da maconha, que geralmente leva a outros vícios, pois, onde há maconha, quase sempre também há outras drogas. Do ponto de vista técnico, a maconha age no cérebro alterando sua função, causando várias consequências. Há, portanto, muita coisa a dizer e se fazer para se minimizar o uso da maconha. Devemos começar por entender como ela age e seus efeitos. Instruir as novas gerações para que não caiam no vício.

Foge, porém, das paixões da mocidade e vai após a justiça, a fé o amor, a paz com aqueles que, com um coração puro, invocam o Senhor ( 2 Tm 2:22)

Jorge Sarmento é capelão de Prevenção à Dependência Química – Missões Rio.

(parte desse conteúdo foi baseado na fonte toleranciazeroasdroagas.blogspot.com.br)