Uma simples oração feita por ninguém menos que o próprio Jesus Cristo há mais de 2.000 anos. No Evangelho de João, capítulo 17, o Deus Filho destina todo o versículo 21 para fazer um pedido ao Deus Pai. Nesta oração quádrupla, Jesus pede que o Pai glorifique o Seu nome enquanto glorifica o próprio Jesus.

Depois pede que o Pai proteja seus discípulos, não os tirando deste mundo caído, mas tão somente os livrando do mal. Em seguida Jesus pede ao Pai que santifique a seus discípulos. Ele termina a oração pedindo por todos nós, ou seja, por todos aqueles que seriam alcançados como fruto da mensagem dos primeiros discípulos.

Nesta oração de Jesus, a virtude em questão é a unidade. Jesus não pede ao Pai apenas por uma expressão de unidade de seus discípulos, mas que ela seja perfeita, e o resultado dessa unidade seria a humanidade descobrir que Deus havia enviado a Jesus Cristo.

Costumo dizer que esta oração ainda não foi totalmente respondida, e a razão disso não se deve à indiferença do Deus Pai à oração do Deus Filho, mas sim ao nosso próprio pecado. Se o avanço do Reino depender da unidade dos cristãos, de fato precisaremos esperar muito para ver cerca de dois bilhões de pessoas espalhadas pelo mundo, ouvirem pela primeira a respeito do evangelho. Entretanto, de tempos em tempos surgem algumas expressões da unidade do Corpo de Cristo. São iniciativas audaciosas, geralmente conduzidas por líderes tolerantes e autênticos, que reconhecem suas diferenças doutrinárias e ideológicas, mas entendem também que os elementos que nos une são imensamente mais relevantes que aqueles que nos distanciam. Tais líderes colocam a agenda do Reino acima das suas agendas pessoais ou denominacionais. Um bom exemplo dessas iniciativas é o MBA, ou Movimento Braços Abertos, uma expressão real da unidade da Igreja com o objetivo principal de alcançar pessoas do mundo inteiro durante o período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro.

O MBA é a celebração do Corpo de Cristo. É uma convocação do povo de Deus para juntos mostrarmos que a unidade da Igreja não é um sonho distante, mas uma realidade presente. Se é verdade que o que nos preocupa não é o grito dos maus, mas os silêncios dos bons, conforme disse Martin Luther King, então este movimento é um grito dos honestos por um basta às mazelas que assolam o nosso país. O MBA existe para que a Igreja Evangélica Brasileira sirva na transformação de pessoas, resultando na superação de problemas sociais.
Este movimento tem como ideal a unidade, devendo os cristãos envolvidos serem os primeiros a mostrar o amor que nos caracteriza como discípulos de Cristo. Ele é um movimento de serviço que exigirá de todos nós a postura de servo que caracteriza um verdadeiro cristão.

Serviremos a Cristo servindo àqueles que dele necessitam. Como o Senhor Jesus, que não veio para ser servido mas serviu os famintos, os enfermos, os excluídos, os pequenos e grandes, os fracos e poderosos. Este Movimento é uma oração em forma de cântico quando diz: “Ouve ó Deus, nossa oração Altíssimo. Sara esta nação, é o clamor da Igreja, que te adora.” Queremos tão-somente ser a Igreja desenhada por Jesus em Mateus 16, saindo das quatro seguras e confortáveis paredes de nossos templos para sermos uma Ekklesia de fato. O legado que o MBA pretende deixar não é mais um novo túnel ou viaduto construído, mas sim uma ponte estabelecida entre sua Igreja e a comunidade onde ela está inserida.

Nosso legado não será um estádio novinho em folha, mas milhares de vidas renovadas pelo poder transformador de Deus. Enfim, o legado que este Movimento pretende deixar para as futuras gerações não são pessoas circulando em transportes mais modernos, mas um povo que descobrirá a importância de andarmos de joelhos. Ele é um movimento da Igreja, não pertence à organização X, Y ou Z, nem a fulano ou ciclano, mas é feito de pessoas que servem à Igreja. Sem ela perdermos nossa identidade.

Este é um movimento daqueles que adotaram a Bíblia como sua única regra de fé e prática, e possuem a certeza de que no ensino do Evangelho reside o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crer. Se juntos podemos, então: Vamos Virar Este Jogo!

Pr. Marcos Grava