Como gostamos de admirar os acontecimentos registrados por Lucas no livro de Atos acerca da igreja que começa a dar seus primeiros passos. Geralmente gostamos de chamá-la de “igreja primitiva”. Inspirado pelo Espírito do Senhor, Lucas nas duas vezes em que relata a práxis comunitária daquela igreja o faz após um relato de enchimento do Espírito Santo sobre a vida dos irmãos que participavam das reuniões.

No primeiro momento, em Atos, capítulo dois, o relato a partir dos verso 42 ao 47 é precedido pelo Pentecostes e o registro sagrado diz: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (2.4). No segundo relato que está contido entre os versos de 32 e 37, o texto sagrado também destaca o fato: “E, quando terminaram de orar, o lugar em que estavam reunidos tremeu. Todos ficaram cheios do Espírito Santo…” (4.31).

O poder do Espírito Santo latente na vida dos irmãos os possibilita a ter unidade no Senhor. John Stott destaca em seu comentário do livro de Atos o comprometimento da comunidade uns para com os outros e isso é algo tão tremendo que Lucas usa a mesma expressão nos dois relatos: hapanta koinia (tudo em comum). Não resta dúvidas que uma igreja cheia do Espírito Santo é uma igreja que certamente desfrutará de uma unidade, de uma comunhão plena com o Pai e uns com os outros.

O capítulo 5 irá nos relatar a história de Ananias e Safira que, propositadamente, fora registrada por Lucas para contrastar a atitude de pessoas cheias do Espírito (que não consideravam as propriedades como suas) com as pessoas que não estão cheias do Espírito (que considerava que eram seus os bens que lhes dados por Deus para mordomia).

Vale a pena citar novamente John Stott, comentando sobre as ciladas de Satanás em seu texto. Em um primeiro momento, ao perceber o crescimento da igreja e na tentativa de freá-la, o inimigo lançou sobre a igreja uma forte perseguição, porém o tiro saiu pela culatra e a igreja cresceu mais ainda. Na segunda vez, a ardilosa serpente tentou destruir a igreja de dentro para fora. A tentação agora era moral (vide o caso de Ananias e Safira). Por último, Stott destaca que o Diabo tentou distrair os apóstolos com muitas atividades, tirando-os de suas tarefas primordiais, que deveriam de ser: dedicação à oração e ao estudo e explanação das Escrituras Sagradas.

Urge que nossas igrejas clamem incessantemente ao Senhor, buscando o poder do Espírito Santo para que Ele gere em nós unidade e nos dê poder para alcançarmos vidas para glória de Deus!

Roberto da Silva Meireles Rodrigues